O que é afroturismo e por que ele está transformando o jeito de viajar pelo Brasil? Bora entender mais sobre esse movimento que está sacudindo o turismo tradicional!
O turismo que a gente aprendeu foi, por décadas, narrado quase sempre por vozes brancas. O afroturismo vira a chave: coloca a cultura negra no centro, valoriza memórias, territórios e protagonismo — e mostra um Brasil plural, vivo e indispensável no mapa cultural do país. O time da DeÔnibus apoia esse movimento porque acredita em viagens que representem todas as pessoas.
Índice
Por que o afroturismo muda a forma de viajar no Brasil
Porque a experiência deixa de ser só “ver” e vira pertencer. Cada roteiro é um encontro com histórias que foram invisibilizadas. Quem é pessoa preta se reconecta com raízes; quem não é, aprende, respeita e amplia o olhar. E, de quebra, a grana do turismo circula com empreendedores locais, blocos afros, museus comunitários e guias que mantêm essa cultura pulsando.
O que é o afroturismo, em termos práticos?

Afroturismo é visitar lugares, experiências e projetos que celebram a cultura negra — com acolhimento, segurança e informação de qualidade. Funciona tanto em áreas urbanas quanto rurais, com passeios guiados, museus, quilombos, culinária, música, moda, memória e empreendedorismo.
Benefícios que fazem diferença
- Viagens mais autênticas, sensíveis e transformadoras.
- Reconexão com ancestralidades e identidades.
- Educação antirracista na prática, sem discurso vazio.
- Renda para quem cria as experiências no território.
“Afroturismo é só para pessoas negras?”

Não. Todo mundo pode e deve fazer roteiros afro. É respeito, aprendizado e vivência cultural — e isso interessa a qualquer viajante que queira entender o Brasil de verdade.
Onde vivenciar afroturismo no Brasil
A importância do afroturismo é tão forte que existem agências especializadas que criaram roteiros específicos para vivenciar essas experiências especiais. Sem mencionar museus específicos sobre a cultura negra.
Abaixo, alguns caminhos para colocar no mapa.
São Paulo (SP) — Caminhada São Paulo Negra

A Caminhada São Paulo Negra é um evento de extrema importância para o afroturimo na região central da cidade de São Paulo.
Três horas de passeio por cerca de 10 pontos do centro, com histórias que ligam a cidade à população preta. Referências como Carolina Maria de Jesus e Luiz Gama ganham voz.
No trajeto, entram a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a estátua da Mãe Preta, a Igreja Nossa Senhora dos Enforcados, o antigo Pelourinho e o Morro da Forca.
Rio de Janeiro (RJ) — Pequena África

Tour a pé por Saúde, Gamboa e Santo Cristo — da Praça Mauá à Cidade Nova — revelando a herança africana do porto que recebeu milhares de pessoas escravizadas. Duração média de 3 horas. Procure coletivos locais que conduzem a experiência com contexto histórico e acolhimento.
Uma das agências que realiza o passeio é a Sou + Carioca.
Salvador (BA) — capital afro do Brasil

Sabia que Salvador é conhecida como a capital com a maior população negra do Brasil?
A Caminhada Salvador Negra costuma incluir Pelourinho, Museu Afro, Igreja do Rosário dos Pretos, blocos afros e rotas de afroempreendedorismo. Roteiros guiados trazem perspectivas históricas e culturais de quem vive a cidade.
Este passeio é realizado pela Diáspora Black.
Ouro Preto (MG) — memórias do ouro e resistência

A cidade de Ouro Preto ficou muito famosa na história pela exploração do ouro e, também, por abrigar um grande número de africanos escravizados.
Entre igrejas e ladeiras, surgem marcas da mão de obra escravizada. A Caminhada Chico Rei conta a história de Galanga (Chico Rei), símbolo de liberdade e luta. O circuito inclui a Feira de Pedra-Sabão e pontos ligados ao antigo mercado de pessoas escravizadas.
Dicas práticas para montar seu roteiro
Antes de listar sugestões, vale um norte rápido do time da DeÔnibus: viajar com responsabilidade cultural é tão importante quanto escolher a data e a passagem.
Como planejar de forma consciente
- Contrate guias e coletivos locais. Valoriza quem mantém a história viva.
- Pergunte, escute, respeite. Não transforme dor em atração.
- Consuma no território. Compre de afroempreendedores, coma em restaurantes da comunidade.
- Peça permissão para registrar. Fotos e vídeos também têm contexto.
- Informe-se antes. Chegue sabendo o básico para aproveitar melhor a experiência.
Roteiros e ideias de atividades
Entre os subtópicos, um lembrete rápido: combine história com vivências atuais — o passado explica, o presente movimenta.
O que colocar no dia a dia da viagem
- Caminhadas históricas com guias da comunidade.
- Museus, centros culturais e memoriais.
- Oficinas de culinária, dança, percussão, turbantes e moda afro.
- Feiras de afroempreendedorismo.
- Festas e blocos afros (respeitando calendários e protocolos locais).
Perguntas frequentes
Viagens que colocam a cultura negra no centro, com experiências conduzidas por quem constrói essa história.
Sim. Participe com respeito, escuta ativa e consumo consciente nos territórios.
Procure agências, coletivos e guias reconhecidos. Eles conhecem o território, orientam rotas e reforçam boas práticas.
Compre de empreendedores locais, divulgue projetos com autorização e indique os serviços de quem te recebeu.
Dá, e é incrível. Adapte a linguagem, escolha caminhadas mais curtas e inclua atividades interativas.
Partiu colocar a estrada no contexto certo?
O time da DeÔnibus acredita num turismo que respeita pessoas, memórias e territórios. Quer montar um roteiro afro na sua próxima viagem? Chama a gente: a gente te ajuda a chegar, entender e viver — com consciência e afeto. Bora afro-turistar e dar afro-passos rumo a experiências que importam?